quinta-feira, 9 de setembro de 2010

“Naquele instante, naquele lá que eu vivi, eu nem estava pensando na felicidade. Estava distraída, cozinhando ou isso que chamo sem cuidado de cozinhar, um CD de Madeleine Peyroux tocando na sala, um incenso gostoso dizendo seu perfume ao ambiente, a luz de uma luminária brincando de lua numa noite de eclipse. Era isso. Só isso. Tudo isso. E quando eu percebi, eu era feliz. Naquele instante, ri como uma criança faz ao saborear a delícia da própria travessura. Ser feliz é a melhor arte que podemos nos flagrar aprontando. Quando estamos relaxados fica mais fácil sentir que a alegria não vem só do brinquedo: começa em quem brinca. Nós, adultos, nos esquecemos que a felicidade já é. Que está disponível mesmo quando não conseguimos acessá-la. Que mora nas coisas mais simples do mundo. Essas aqui, bem próximas do nosso alcance, agora.”
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(Ana Jácomo)

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