quarta-feira, 8 de setembro de 2010


As cartas de amor deveriam ser fechadas com a língua; Beijadas antes de enviadas. Sopradas. Respiradas. O esforço do pulmão capturado pelo envelope, a letra tremendo como uma pálpebra. Não a cola isenta, neutra. Mas a espuma, a gentileza, a gripe, o contágio. Porque a saliva acalma um machucado. As cartas de amor deveriam ser abertas com os dentes.
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(F.Carpinejar)

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