Eu sabia que era preciso tempo. Cada perda tem sua hora de acabar, cada morto seu prazo de partir, e não depende muito da vontade da gente. Ele não estava curado.
(…)
Acordo com Valentim ao meu lado. Passo de leve a mão em seu rosto adormecido, acompanho com o dedo o contorno de sua boca, beijo seu ombro e me aconchego mais nele: aqui é o meu lugar no mundo. E o dele também. Do nosso jeito, estamos construindo – mais uma vez – a vida.
A dor faz parte.
Lya Luft in “O silêncio dos amantes”
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